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quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Medicamentos sem prescrição ao alcance do cliente?

Decisão judicial suspende normas da Anvisa que estabelecem que remédios sem receita devem ficar atrás do balcão
Liuca Yonaha
As farmácias e drogarias obtiveram na Justiça Federal o direito de manter os medicamentos vendidos sem prescrição médica ao alcance dos consumidores. Em agosto, uma resolução (RDC 44/09) e duas instruções normativas (9 e 10) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estabeleceram novas normas para o setor. Entretanto, na quinta-feria (29), a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) conseguiu uma liminar suspendendo parte da RDC 44 e as duas outras normas.
As novas regras deveriam ser cumpridas a partir do dia 18 de fevereiro. Além de não terem de colocar os remédios sem prescrição atrás do balcão (o que obrigaria o consumidor a solicitar o produto a um vendedor ou a um farmacêutico), as farmácias podem também continuar vendendo outros produtos,como pilhas, refrigerantes, sorvetes, alimentos congelados e outros. "Concluo, portanto, numa análise preliminar, que existe amparo legal para que farmácias e drogarias atuem também como drugstores, comercializando 'diversas mercadorias, com ênfase para aquelas de primeira necessidade, dentre as quais alimentos em geral, produtos de higiene, limpeza e apetrechos domésticos'", afirma na decisão o juiz Paulo Ricardo de Souza Cruz, da 5ª Vara da Justiça Federal em Brasília.
NO BALCÃO

A Anvisa não quer que as gôndolas das drogarias tenham medicamentos. A intenção da agência é mantê-los em locais de acesso restrito aos funcionários. Para o presidente-executivo da Abrafarma, Sergio Mena Barreto, a proibição da farmácia vender produtos que não sejam remédios poderia elevar os preços dos medicamentos. "Esses produtos são fundamentais no equilíbrio econômico e na oferta de medicamentos com desconto", afirma. Sobre os medicamentos sem prescrição, Barreto diz que, se passarem para local restrito aos funcionários, o consumidor também seria prejudicado: "Aconteceria o que acontece hoje com o genérico. A farmácia disponibiliza os que dão melhores retornos financeiros para ela. Os 20 antiácidos atualmente ao alcance do cliente seriam transformados em três, quatro". Ele afirma ainda que a imposição da necessidade de solicitar o produto aumenta o risco de medicação inadequada, já que o funcionário da drogaria poderia "empurrar" produtos indevidos. "Essa medida instucionaliza a 'empurroterapia'". A Anvisa defende que, pelo contrário, haveria mais controle na venda do medicamento.
A decisão liminar da Justiça Federal concorda com a visão da Abrafarma. "Trazer os medicamentos que são isentos de receita médica para trás do balcão trará apenas prejuízos ao consumidor, que não poderá facilmente comparar, por exemplo, se o paracetamol do laboratório X está mais barato que o paracetamol do laboratório Y, ficando nas mãos dos balconistas, que podem ser mais ou menos éticos, não trazendo qualquer benefício à população, pois não é o fato de os medicamentos isentos de receita estarem ao balcão que fará os farmacêuticos passarem a orientar a população", diz a decisão do juiz Souza Cruz.
Apesar da decisão ser em caráter liminar, Barreto diz que está confiante de que a sentença final será favorável ao pedido da Abrafarma. "É uma longa briga, mas é uma vitória inicial."
A Anvisa afirma que não recebeu até o início da tarde desta sexta-feira (30) a notificação sobre a liminar obtida pela Abrafarma. A agência vai recorrer da decisão, segundo a assessoria de imprensa do órgão.


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